Imagem ilustrativa |
UM CORPO NA RUA
Na rua, encontro aquele corpo:
magro, tão magro que transparecem os ossos,
aqueles que deveria ser mais escondidos.
Os olhos que saltam às pálpebras e
a boca de lábios não coloridos, secos,
com cascas esvoaçantes.
Um corpo de pele amarelada
onde mora um espírito sem sombra e água fresca.
Uma alma cortada, quebrada,
de onde vazam sentimentos amargos,
cinzentos, desprovidos de paz
e coloridos com a dor.
Uma vida que clama no deserto,
no escuro vivo da solidão que transparece aos olhos
e foge, de vez em quando, ou cada vez mais
para um mundo brutal e distante
que fica no fundo do inferno,
de onde jorra prisão e morte.
Mônica Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Podem comentar, desde moderem as palavras, não permitimos comentários sem fundamentos ou ofensivos.