quarta-feira, 11 de junho de 2014

POETANDO: Apenas um corpo magro?




Imagem ilustrativa 


UM CORPO NA RUA 

Na rua, encontro aquele corpo:
magro, tão magro que transparecem os ossos,
aqueles que deveria ser mais escondidos. 
Os olhos que saltam às pálpebras e 
a boca de lábios não coloridos, secos, 
com cascas esvoaçantes. 

Um corpo de pele amarelada
onde mora um espírito sem sombra e água fresca.
Uma alma cortada, quebrada, 
de onde vazam sentimentos amargos,
cinzentos, desprovidos de paz 
e coloridos com a dor. 

Uma vida que clama no deserto,
no escuro vivo da solidão que transparece aos olhos
e foge, de vez em quando, ou cada vez mais 
para um mundo brutal e distante
que fica no fundo do inferno, 
de onde jorra prisão e morte. 


Mônica Freitas 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Podem comentar, desde moderem as palavras, não permitimos comentários sem fundamentos ou ofensivos.