sexta-feira, 12 de setembro de 2014

IDEB DO ENSINO FUNDAMENTAL DE APODI: NADA DE ÍNDICES ALARMANTES

O QUE É O IDEB

A sigla IDEB significa Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), trata-se de uma avaliação nacional dos índices de aprendizagem dos alunos matriculados nas escolas brasileiras.  O Ideb foi criado no ano de 2007, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e representa uma iniciativa pioneira, em termos de incluir em um só indicador dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações. Estão associadas nesta avaliação o enfoque pedagógico dos resultados das avaliações do referido instituto, com resultados que permitem traçar metas de qualidade educacional para os sistemas, tanto na unidade escolar quanto em um âmbito mais geral: nacional, estadual ou municipal. Para se obter os indicadores do Ideb, calcula-se os dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar e as médias de desempenho nas avaliações do Inep, que contam do Saeb – para as unidades da federação e para o país, e a Prova Brasil – para os municípios.


IDEB DAS ESCOLAS DE APODI EM 2013

No ano de 2013, nas escolas de ensino fundamental de todo o Brasil, foram realizadas as provas do Saeb e a Prova Brasil. No município de Apodi, as escolas participantes desde os anos inciais deste nível  (1º ao 9º anos) tiveram os resultados abaixo indicados. 


Clique na imagem para ampliar 
Ideb das Escolas Estaduais de Apodi/ RN - Ensino Fundamental  - 2013
Dados extraídos do Inep 
                                                               Clique na imagem para ampliar 
Ideb das Escolas Municipais de Apodi/ RN - Ensino Fundamental  - 2013
Dados extraídos do Inep
A análise dos indicadores apresentados permitem compreender que as escolas municipais, em termos de ensino fundamental - 1º ao 9º ano - estão em melhor situação do que as escolas estaduais. No entanto, também é possível verificar, que mesmo tendo pontos diminuídos, tanto a E. E. Ferreira Pinto quanto a E. E Professora Alvani de Freitas Dias estão com índices dentro das metas preestabelecidas em anos anteriores. As demais, que são a E. E. Antonia Alves (Soledade) e Valdemiro Pedro Viana (Santa Rosa), não têm metas traçadas em anos anteriores, certamente vai ser possível comparar a partir do próximo Ideb. Não entende-se porque a E. E. Sebastião Gomes de Oliveira não aparece nos dados. 

No que consta das escolas municipais, estas estão de parabéns! Sabemos que há anos, o segmento fundamental do município vem sustentando um indicador que ultrapassa as metas nacionais, mesmo com estruturas físicas não muito adequadas. Assim, os parabéns vão, de forma muito especial, para os educadores, os coordenadores e gestores dessas escolas que de forma evidente têm se esforçado para manter o nível. Nota 1000 para vocês. 


Por Mônica Freitas 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

CARAÚBAS ORGANIZA LINDO DESFILE DE 7 DE SETEMBRO E INTEGRA PATRIOTISMO E CULTURA REGIONAL

Durante meus dias de trabalho na Escola Estadual Professor Lourenço Gurgel, em Caraúbas, não pude deixar de perceber e por isso de registrar neste meu espaço de reflexão, tantas reuniões, avisos e recomendações aos preparativos para a realização do desfile de 7 de Setembro naquela cidade. Evento este que teve como organizadora a Prefeitura Municipal daquela cidade, que reuniu todas as escolas e fez um belo desfile.

Não estou sugerindo nenhuma cópia, nem que se faça isso a partir de fundamentos opinativos de que não temos o que comemorar nesta data de setembro que é feriado nacional e representa, queira-se ou não, um fato histórico relevante para a nação. 

Eu somente faço menção de questionar: temos mais recursos, costumamos faze movimentos por muitas coisas; mas, estamos esquecendo nosso patriotismo. Acho que o comportamento patriótico é algo que deve ser resgatado principalmente quando se trata de promover um evento que rende também aprendizagem cultural, como foi o caso do Desfile de Caraúbas que apresentou a diversidade de costumes da Região Nordeste do Brasil. 




Parabéns Caraúbas. 

Mais fotos e informações aqui AQUI

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

HISTÓRIA: Desmistificando fatos

TERÇO DOS PAULISTAS


Índios e colonizadores.
Fonte: http://assunapontadalingua.blogspot.com.br

A força de trabalho dos indígenas potiguares e o Terço dos Paulistas. Desde o descobrimento do Brasil que os europeus mantiveram contatos diretos com os índios, utilizando-os como mão-de-obra na coleta do pau-brasil e noutras atividades de interesse econômico. E mais tarde, foram utilizados nas lavouras e fazendas de gado como força de trabalho.

Na verdade, os portugueses quando descobriram o Brasil já tinham a intenção de escravizar os nativos. Mas os índios reagiram contra a escravidão. Eles não poderiam nunca ser escravos em virtude de sua cultura e de seus hábitos de caça e pesca que lhes davam uma vida de liberdade.

No Rio Grande do Norte, antes do negro ser escravo, os indígenas foram os primeiros escravos, mas esse cativeiro não durou muito tempo.     O chamado Terço dos Paulistas era um grupo de homens formado em São Paulo para penetrar nos sertões, visando escravizar os índios. Esse Terço esteve no Rio Grande do Norte no período de 1688 a 1724. Passaram pelo Seridó, onde hoje se encontra o município de Currais Novos e nas terras em que hoje está encravado o município do Assú.

Em Currais Novos e Assu, o Terço dos Paulistas matou milhares de índios. Embora os índios Paicus (ou Paiacus) fossem Cariris, também, eles viviam em clima de rivalidade, brigando pela posse de melhores terras para a caça e pesca. Os Paicus e Cariris vivam em guerra desde o século XVII. Esse conflito sangrento entre eles foi denominado de Confederação dos Cariris. O Terço dos Paulistas aproveitou o litígio existente entre eles, ficando ao lado dos Paicus e atiçando massacre contra os Cariris.

Por ter participado diretamente da guerra entre Paicus e Cariris, o Terço dos Paulistas, obedecendo à determinação superior, voltou a São Paulo, deixando os “senhores de terras” insatisfeitos, porque estes eram a favor da permanência dessa organização no Rio Grande do Norte.

Em 1720, houve o último levante geral. O governador da Capitania, o capitão-mor, Luís Ferreira Freire foi enérgico, utilizando o Terço dos Paulistas, sob o comando de Morais Navarro, dispersou a indiada. Morreram muitos índios. Foi um grande extermínio.

Muitos homens do terço dos Paulistas permaneceram no Rio Grande do Norte desenvolvendo atividades econômicas como a de agricultura e fazendeiro. Por exemplo, o sargento-mor José Morais Navarro, natural de São Paulo, radicou-se no sítio Curralinho da praia da Ribeira do Assú, perto da Lagoa chamada Pendências. Sendo considerado o primeiro proprietário do atual município de Pendências. Em Assú existe a comunidade rural, próximo a Lagoa do Piató, denominada de Paulista.

O Texto foi publicado em: aqui 

terça-feira, 26 de agosto de 2014

EXPOSIÇÃO ITINERANTE - ‘ÍNDIOS: OS PRIMEIROS BRASILEIROS’,TEM A REPRESENTAÇÃO DOS TAPUIAS APODIENSES

Está em exposição no Museu Câmara Cascudo, localizado na nossa capital do Estado do RN, a cidade de Natal, parte da história dos índios que ocupavam as terras norte-riograndenses antes da chegada dos povos europeus ao Brasil. A exposição intitulada de 'Índios: os primeiros brasileiros' foi recebida no dia 11 de junho, com curadoria de João Pacheco de Oliveira, professor titular e curador do Setor de Etnologia e Etnografia do Museu Nacional do Rio de Janeiro (MN/UFRJ), em parceria com  a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME). 


Fonte da foto: http://tudodeapodi.blogspot.com.br

A proposta da exposição é levar o visitante do museu a um passeio pela história do Brasil assinalando  as diferentes formas pelas quais os indígenas foram vistos e incorporados ao processo de construção nacional. Com foco na região Nordeste, ela está  integrada por quatro espaços distintos: o Primeiro encontro, o Mundo colonial, quando se percebe a história impressa nos livros didáticos; o Mundo indígena, quando a história é marrada do ponto de vista indígena e o Brasil contemporâneo, que marca as lutas e desafios dos povos remanescentes desses primeiros brasileiros. 

Para se firmar o diálogo da história indígena trazida pela exposição do Museu Nacional, lá está exposta também a mostra dos nossos indígenas potiguares, que se intitula de 'Índios no Rio Grande do Norte: autoafirmação étnica e contemporaneidade', com curadoria da antropóloga Jussara Galhardo. O objetivo desta amostra é oferecer informações sobre a realidade contemporânea  dos grupos indígenas no Estado do Rio Grande do Norte em seus processos de auto-reconhecimento étnico.

Fazemos menção de citar  que, os povos remanescentes indígenas denominados de Tapuias Paiacus de Apodi estão presentes nesta exposição, representados pelo Centro Histórico Cultural Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi (CHCTPLA), que foi inserido na exposição como forma de representar o nosso movimento no Oeste do Estado do RN, a fim de autoafirmar a remanescência que ainda está viva em diversas famílias nesta região. 


Fonte: Arquivo do CHCTPLA

A representante do Centro CHCTPLA, a tapuia Lúcia Tavares, acompanhada do do pesquisador e estudante Francisco Veríssimo, aluno do Curso de Informática Integrado e blogueiro do Tudo de Apodi visitaram o Museu Câmara Cascudo e registraram a presença da nossa Apodi, considerada como uma das regiões onde os primeiros habitantes do Brasil viveram. 

Fonte da foto: Arquivo do CHCTPLA

Por Mônica Freitas 

INCLUINDO-ME E CONSIDERANDO PONTOS RELEVANTES NO TEXTO DE LYA LUFT: MEDÍOCRES DISTRAÍDOS

Leio com tristeza sobre quanto países como Coreia do Sul e outros estimulam o ensino básico, conseguem excelência em professores e escolas, ótimas universidades, num crescimento real, aquele no qual tudo se fundamenta: a educação, a informação, a formação de cada um.
Comparados a isso, parecemos treinar para ser medíocres. Como indivíduos, habitantes deste Brasil, estamos conscientes disso, e queremos — ou vivemos sem saber de quase nada? Não vale, para um povo, a desculpa do menino levado que tem a resposta pronta: “Eu não sabia”", “Não foi por querer”.
Pois, mesmo com a educação — isto é a informação — tão fraquinha e atrasada, temos a imprensa para nos informar. A televisão não traz só telenovelas ou programas de auditório: documentários, reportagens, notícias, nos tornam mais gente: jornais não têm só coluna policial ou fofocas sobre celebridades, mas nos deixam a par e nos integram no que se passa no mundo, no país, na cidade.
Alienação é falta grave: omissão traz burrice, futilidade é um mal. Por omissos votamos errado ou nem votamos, por desinformados não conhecemos os nossos direitos, por fúteis não queremos lucidez, não sabemos da qualidade na escola do filho, da saúde de todo mundo, da segurança em nossas ruas.
O real crescimento do país e o bem da população passam ao largo de nossos interesses. Certa vez escrevi um artigo que deu título a um livro: “Pensar é transgredir”. Inevitavelmente me perguntam: “Transgredir o quê?”. Transgredir a ordem da mediocridade, o deixa pra lá, o nem quero saber nem me conte, que nos dá a ilusão de sermos livres e leves como na beira do mar, pensamento flutuando, isso é que é vida. Será? Penso que não, porque todos, todos sem exceção, somos prejudicados pelo nosso próprio desinteresse.
Nosso país tem tamanhos problemas que não dá para fingir que está tudo bem, que somos os tais, que somos modelo para os bobos europeus e americanos, que aqui está tudo funcionando bem, e que até crescemos. Na realidade, estamos parados, continuamos burros, doentes, desamparados, ou muito menos burros e doentes e desamparados do que poderíamos estar. Já estivemos em situação pior ? Claro que sim.
Já tivemos escravidão, a mortalidade infantil era assustadora, os pobres sem assistência, nas ruas reinava a imundície, não havia atendimento algum aos necessitados (hoje há menos do que deveria, mas existe). Então, de certa forma, muita coisa melhorou. Mas poderíamos estar melhores, só que não parecemos interessados.
Queremos, aceitamos, pão e circo, a Copa, a Olimpíada, a balada, o joguinho, o desconto, o prazo maior para nossas dívidas, o não saber de nada sério: a gente não quer se incomodar. Ou pior: nós temos a sensação de que não adianta mesmo. Mas na verdade temos medo de sair às ruas, nossas casas e edifícios têm porteiro, guarda, alarmes e medo.
Nossas escolas são fraquíssimas, as universidades péssimas, e o propósito parece ser o de que isso ainda piore.
Pois, em lugar de estimularmos os professores e melhorarmos imensamente a qualidade de ensino de nossas crianças, baixamos o nível das universidades, forçando por vários recursos a entrada dos mais despreparados, que naturalmente vão sofrer ao cair na realidade. Mas a esses mais sem base, porque fizeram uma escola péssima ou ruim, dizem que terão tutores no curso superior para poder se equilibrar e participar com todos.
Porque nós não lhes demos condições positivas de fazer uma boa escola, para que pudessem chegar ao ensino superior pela própria capacidade, queremos band-aids ineficientes para fingir que está tudo bem. Não se deve baixar o nível em coisa alguma, mas elevar o nível em tudo.
Todos, de qualquer origem, cor, nível cultural e econômico ou ambiente familiar, têm direito à excelência que não lhes oferecemos, num dos maiores enganos da nossa história.
Não precisamos viver sob o melancólico império da mediocridade que parece fácil e inocente, mas trava nossas capacidades, abafa nossa lucidez, e nos deixa tão agradavelmente distraídos.

LYA LUFT


Fonte: http://veja.abril.com.br


sábado, 9 de agosto de 2014

UERN: Perto ou o motivo é mesmo a eleição?

Uma coisa é certa: a notícia foi divulgada no próprio site da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Vejamos: 

UERN envia Aviso de Licitação para publicação no Diário Oficial do Estado na sexta-feira

Os moradores da Região do Médio-Oeste estão mais próximos de contar com o início da construção do Campus Avançado de Educação Superior de Apodi, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Nesta quarta-feira, a Comissão Permanente de Licitação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) anunciou que envia na próxima sexta-feira, (08), o Aviso de Licitação para publicação no Diário Oficial do Estado (D.O.E).
O Presidente da Comissão Permanente de Licitação, Diego Axel Freire Nogueira, disse que com a publicação do Aviso de Licitação será conhecida a data em que os interessados nesse processo façam a habilitação e apresentação de suas propostas. O processo nº 2434/2014, que autoriza a realização da licitação 001/2014, foi aberto em junho e as instalações poderão estar prontas no prazo de, aproximadamente, um ano. A Região do Médio-Oeste engloba 06 municípios.
O valor da obra está orçado em R$ 4.336.000,91, para a construção de instalações com 4.763 metros quadrados, que abrigarão 30 salas de aula, espaço para biblioteca, bloco de laboratórios, área de convivência e setor administrativo. O  Campus de Apodi é uma antiga reivindicação da população da cidade e encampada, hoje, por toda a Região do Médio-Oeste.
LUTA- Nestas manifestações, os moradores da cidade de Apodi propuseram a criação da unidade da Universidade através da Prefeitura e o caso foi levado ao Conselho Universitário e após duas reuniões a proposta foi aprovada na condição da cidade se empenhar junto com a Instituição para conseguir os recursos necessários à construção e funcionamento doCampus, que terminou sendo apoiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). 
Se quiserem ver acessem aqui

Extraída do blog O Guardião da Chapada
Uma observação: a própria UERN reconhece que a luta é da população, dos moradores de nossa cidade, o que somos obrigados a concordar, embora saibamos que alguns dos mentores da LUTA façam parte de algumas agremiações partidárias e grupos políticos; quem foi mesmo para a rua e deu o grito de guerra foi o povo. Tenho certeza que sem esse grito, o resultado divulgado acima não seria possível e entre os que gritaram estavam indivíduos de todas as cores e partidos, porque, se por acaso esse sonho chegar a ser realidade, a UERN é de e para todos que se esforçarem, estudarem e conseguirem ingressar lá. E isto, em nenhum momento tem dependência com este ou aquele partido ou grupo político. Até porque, o dinheiro usado em sua construção também é do povo (Mônica Freitas). 

terça-feira, 22 de julho de 2014

A POLÍTICA (GEM) EM APODI








Bem não começou a campanha eleitoral deste ano, que contempla os cargos majoritários e legislativos federais e estaduais, A BABOSEIRA DO DISSE-ME-DISSE, que mais parece conversa de comadre fofoqueira já começa a perambular pelos meios de comunicação. 
E como as redes sociais e os blogs estão em alta no momento, acredito que muita façanha seja episódio de status do Facebook e matéria de blog nesse momento. 

São tantas declarações que vão ser transformadas em umas "quase verdades" que muita gente vai até se intrigar com parentes por causa de partido A ou partido B. 

Mas, o que me chama mais atenção é que, os eleitores em tempos de campanha parecem tomar um sedativo para esquecer passados que nem são tão distantes para apagar da memória, mas eles apagam. E vão á luta pela defesa de sua cor, do seu partido, do seu ídolo "politiqueiro" e esquecem de olhar para o candidato, que é o mais importante. 

 A PIOR CONCLUSÃO: E quando elegem "PIOR DE TODOS" ainda se esforçam até pingar a última gota de sangue para dizer que o tal fulano é "ÓTIMO", o melhor de todos. Mesmo sabendo de uma verdade triste, que ao meu ver PARECE IMUTÁVEL, porque eles, os candidatos e seus apoiadores (cabos eleitorais) gostam desse comportamento do eleitor porque só assim eles permanecem na troca periódica na divisão d
o poder. 

E os que vão se inserindo no sistema, vão cultivando os mesmos conceitos e repassando a ideia de que esse comportamento está bom demais! Claro que para eles que estão se beneficiando. EU PENSO ASSIM. 

Por Mônica Freitas 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Inauguração da Sede Própria - Provisória - do Centro Histórico Cultural dos Tapuias Paiacus da Lagoa do Apodi - CHCTPLA

Hoje, 09 de julho de 2014, mais um passo é dado pelos remanescentes autodeclarados dos Tapuias Paiacus Kariris, primeiros habitantes das terras que ficava, às margens da Lagoa do Apodi, na Chapada, no Vale do Rio Apodi e na Região da Areia, mas que foram expulsos de suas aldeias para dá lugar aos povos colonizadores. Até bem pouco tempo, imaginava-se que não existiam remanescentes, mas as pesquisa mais recentes, a maioria delas feitas por Lúcia Maria Tavares, também pertencente à mesma etnia indígena, dão conta de que em Apodi existe um grupo considerável de remanescentes. As provas da existência dessas etnias na nossa Terra são os achados da pesquisadora, que guarda um acervo de peças liticas, hoje organizadas em sua casa, que foi transformada na Sede do CHCTPLA. 


Fachada e Entrada do CHCTPLA
A sala da casa de Lúcia Tavares foi reformada para sediar o CHCTPLA graças a uma doação feita pela escritora Vilmaci Viana, que ao lançar sua última obra em prosa e verso na capital do Estado - Natal, intitulada de "AS CANÇÕES DA LAGOA DOURADA", doou os valores arrecadados com a venda dos primeiros exemplares para a reforma e organização dos objetos e peças adquiridos nas pesquisas e que futuramente, este é o projeto do Centro Histórico, irão ser expostas no Museu Luiza Cantofa, sonho e anseio do povo remanescente indígena de Apodi, que a partir de agora parte para se organizar e reivindicar das autoridades os direitos que lhes foram negados, mas que já estão garantidos na legislação federal. 


Peças líticas expostas 

As peças líticas estão expostas e disponíveis à visitação. A Sede do CHCTPLA localiza-se à Rua Antonio Lopes Filho, nº 105 no Centro da cidade. Em breve será definido um calendário de exposição, com horário e dia de visitação para estudantes, acadêmicos e interessados em conhecer as peças usadas pelos nossos primeiros habitantes para sobreviver dentro de seu habitat natural. 



As fotos mostram alguns remanescentes presentes na inauguração, alem de membros do CRAS,
que visitaram o CHCTPLA. 

O povo remanescente dos Tapuias Paiacus de Apodi agradece à índia Lúcia Tavares pela luta que tem embrenhado para resgatar a verdadeira história dos nossos primeiros habitantes. Para o biênio 2013-2014, a Presidência da referida associação é em nome de Lúcia Maria Tavares, a vice-presidente é a Professora Mônica Freitas. Esta diretoria conta com a ajuda assídua e muito importante do estudante de Turismo Isaac Tárcio Torres para a pesquisa e o registro, uma espécie de secretário, todos descendentes da etnia Tapuia. 

Presidente Lúcia Tavares, vice-presidente Mônica Freitas e o Membro Auxiliar  Isaac Tárcio.

O CHCTPLA foi fundado em 2013, como sócio-fundadores, conta com mais de 40 membros associados e que apoiam as atividades em diversas dimensões, auxiliando com informações, participação nas pesquisas e na organização de documentos e projetos. 

Por Mônica Freitas 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA: Uma reflexão que acredita-se ser necessária



Foto Por Mônica Freitas
Na noite de ontem, estive mais uma vez em frente ao Adro da da Igreja Matriz de São João Batista de Nossa Senhora da Conceição  - padroeiros de Apodi - para contemplar uma das obras de arte construída pela Associação Raimunda Dantas (ARD). Aliás, não há como não descrevê-la, como gênero teatral, diferente do, pelo menos, mergulhada em toda a estética, beleza e deslumbramento que uma produção artística pode ocasionar aos sentidos humanos. Foi uma apresentação fantástica, quando se trata de Arte, no seu sentido mais abrangente da palavra. 

Contudo, a minha análise não se direciona apenas à bela imagem reproduzida por aqueles tão "nossos" atores e atrizes que identifica o cunho artístico. Vejo, no plano de fundo do Auto de São João o espetáculo de cunho cultural-religioso e social. É indiscutível a importância deste tipo de investimento - que parece apenas estético - para o desenvolvimento cultural e social da nossa gente, das crianças, dos jovens e até dos adultos. 

O conteúdo imerso nas apresentações da Associação Raimunda Dantas, até aqui, analiso como de alta qualidade, uma vez que, agrega em seu contexto as bases de valores cristãos que são muito importantes para a formação da postura do sujeito de boa índole e que quer ser construtor de uma sociedade melhor. 

Porém, a minha tristeza foi ouvir em alto e bom som, da voz do professor Marcos Magalhães, a frase mais ou menos assim: "Há pessoas que nos amam, há pessoas que nos odeiam". Não há, como não efervescer na mente um complexo "porquê" diante de tal realidade. Não vejo motivos para ódio do belo e do necessário, uma vez que vejo nossos jovens se desestruturarem fisicamente, psicologicamente e espiritualmente num mundo de tantas discrepâncias dos valores sociais benéficos que acabam se tornando nocivos á sociedade. 

Defendo, com altivez profunda que, ao invés do ódio, o sentimento fosse de "GENEROSIDADE e RESPONSABILIDADE". Nós estamos precisando trabalhar a cultura dos nossos meninos, e os poderes constituídos como PÚBLICOS devem ser os primeiros a penetrar esse campo. O que sei que não ocorre por aqui, pelo menos da forma como deveria ser.

Entretanto, gostaria de PARABENIZAR os nomes que ouvi dos apresentadores do evento como colaboradores de tal feito: Aloma Teresa (Secretária de Ação e Promoção Social do Município)  e o Deputado Kelps Lima, que sei ser colaborador da ARD há tempos. Estão realmente sendo co-participantes de uma construção de grande valor para o nosso povo. Aplausos. 

Por Mônica Freitas 


sexta-feira, 20 de junho de 2014

REPUBLICANDO: Barbies ou Fabianes? (do sociólogo Edmílson Lopes)

Um texto de referência para se fazer uma leitura da adoção de nossos conceitos, a partir do que se vê na internet. 

A internet potencializa o melhor e o pior de todos nós. Em sociedades nas quais a cidadania incompleta e a fragilidade dos espaços públicos marcam a vida social, a rede mundial de computadores tanto enriquece as redes de sociabilidade e alarga o debate público quanto pode projetar, em níveis inimagináveis, a intolerância, a discriminação e o linchamento simbólico daqueles considerados socialmente indesejáveis.

As reproduções irrefletidas de notas produzidas por blogs não muito atentos às suas fontes, ou que tudo fazem por um pouco de audiência, contribui para que a internet, assim como o rádio e a TV, seja um espaço para temerários “justiceiros”.

Não se trata aqui de coisa de menor importância. Os assassinatos físicos, não raramente, são desdobramentos de mortes sociais.

A exposição irresponsável de apenas uma das muitas versões sobre acontecimentos ou atitudes de pessoas é uma dessas formas de mortes sociais proporcionadas pelas redes sociais.
Foi uma notícia  que detonou a histeria da qual resultou a morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, linchada no Guarujá, depois que uma página no Facebook divulgou irresponsavelmente um falso retrato-falado de uma seqüestradora de crianças .

No RN, nestes dias, jornais e blogs reproduzidos à exaustão nas redes sociais, alimentam um linchamento virtual do qual são vítimas mulheres de uma mesma família. Elas foram expostas, suas intimidades devassadas e ilações sobre supostas atividades criminosas construídas e divulgadas tendo por base acusações vagas e imprecisas. As suas vozes não aparecem, mas os seus rostos e corpos, sim.

Machismo, moralismo barato, ressentimento e ódio à beleza fermentam esse linchamento em andamento. Pessoas boas, que se auto-intitulam “do bem”, e que, sem duvida, condenaram o linchamento de Fabiane, estão agora a jogar pedras virtuais em pessoas que, para serem desumanizadas, foram pejorativamente identificadas como “Barbies”.  

Esse machismo, versão cruel da dominação masculina no Nordeste do Brasil, não é produto, diga-se de passagem, apenas da ação de homens. Sua força reside no fato de contar com a adesão cúmplice de muitas mulheres.

Há também o preconceito contra mulheres bonitas oriundas das classes populares. Nos esquemas da dominação masculina vigente nestas plagas, cabe a elas somente um papel passivo. No máximo, um casamento cinzento com algum filhinho de painho... Se elas vão a luta e assumem, nos nossos limitados espaços públicos, as suas belezas e as suas feminilidades, então, estarão, a priori, condenadas.

Forjam-se narrativas sobre prostituição, como se a prática fosse, em si mesmo, criminosa. Mas, sabemos todos, embora não seja fácil de tipificar juridicamente como crime, a prostituição é como pano vermelho que enfurece o touro para todos os moralistas, de ocasião ou de bolso. E mesmo quem, na noite, escorrega para um prostíbulo, ou, na internet, é usuário contumaz de pornografia, nessas horas, ergue-se indignado para participar do linchamento.

Mais do que almas fraturadas, esse tipo de linchamento virtual  é cruel e poderoso pelos desdobramentos em violência física que pode se expressar, como vimos no caso de Fabiane. Também explicita a capacidade que as boas pessoas têm em fazer o MAL.

Fonte: http://blogdoedmilsonlopes.blogspot.com.br



NOTA DO BLOG: precisamos demasiadamente de discernimento para fazer uma leitura que nos possibilite melhor entender como funciona a disseminação de notícias que arrasam com a vida das pessoas na internet. Este instrumento é poderoso quando se trata da disseminação dos fatos. Acabamos, muitas vezes, até fazendo o mal a nós mesmos, quando não sabemos lê-la, usá-la, reproduzir o que se vê. 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

POETANDO: Apenas um corpo magro?




Imagem ilustrativa 


UM CORPO NA RUA 

Na rua, encontro aquele corpo:
magro, tão magro que transparecem os ossos,
aqueles que deveria ser mais escondidos. 
Os olhos que saltam às pálpebras e 
a boca de lábios não coloridos, secos, 
com cascas esvoaçantes. 

Um corpo de pele amarelada
onde mora um espírito sem sombra e água fresca.
Uma alma cortada, quebrada, 
de onde vazam sentimentos amargos,
cinzentos, desprovidos de paz 
e coloridos com a dor. 

Uma vida que clama no deserto,
no escuro vivo da solidão que transparece aos olhos
e foge, de vez em quando, ou cada vez mais 
para um mundo brutal e distante
que fica no fundo do inferno, 
de onde jorra prisão e morte. 


Mônica Freitas 

terça-feira, 10 de junho de 2014

A APODIENSE VILMACI VIANA LANÇA MAIS UM LIVRO: AS CANÇÕES DA LAGOA DOURADA



Vilmaci Viana

Apodiense, filha do ex-prefeito já falecido Valdemiro Pedro Viana, nesta segunda-feira 09 de junho lançou mais um livro. O evento aconteceu em Natal, capital do nosso Estado onde Vivi Viana, como gosta de ser chamada reside. Tudo ocorreu no espaço Renata Mota Gastronomia, onde mais de 200 exemplares da obra em poesia e prosa intitulada de "AS CANÇÕES DA LAGOA DOURADA foram vendidos.  

O lançamento contou com a presença de diversas personalidades da área da academia e escrita de poesias e prosas potiguares. 

Vilmaci Viana havia doado toda a arrecadação do lançamento do livro para o Centro Histórico Cultural Tapuias da Lagoa do Apodi (CHCTLA), o que muito nos orgulha por tamanha generosidade. 

Torcemos pelo sucesso de sua obra. 

Por Mônica Freitas

segunda-feira, 9 de junho de 2014

EM MEIO ÀS FARPAS, AS FLORES.


Como escrevi em outro momento, a situação política e administrativa de Apodi tem se materializado em farpas, entendidas aqui como ataques, denúncias e também defesas. Estas, sempre representadas por alguém que, por "fidelidade" ou qualquer outro motivo, acha conveniente ver a situação do município com outros olhos que não sejam os "falatórios", quase sempre ocorrentes em blogs, redes sociais, esquinas, ambientes de trabalho da população e até mesmo na Câmara Legislativa, a chamada "casa do Povo". Nunca se viu, nem se ouviu tantos ataques por parte da oposição aqui em nosso município. Fala-se até em administração paralela, quando pessoas oposicionistas promovem campanhas para resolver problemas da cidade.

O certo é que há um movimento ensurdecedor da gestão do prefeito Flaviano, embora muitas das declarações de ataque e de defesa se resumam em discursos que pouco favorecem as melhorias, a maioria retrata apenas o comportamento vil e inocente de muitos que ainda acreditam que a mudança de sua vida ocorre se estiverem protegidos por membros de um partido político que esteja no poder. E isto, ao meu ver, em nada auxilia a evolução individual ou social de uma comunidade. 

Contudo, uma análise mais minuciosa do contexto, me fez ver que, em meio a todas essas "farpas" que considero pouco operantes no que diz respeito a uma mudança real de situação, algumas ações do poder público municipal merecem destaque. Não incluo nesse meio, como a maioria dos adeptos da Nova Geração fazem, questões referente a manutenção de estradas, nem o projeto TRANSformação, como também a decoração junina deste ano. A recuperação de estradas sempre foi ação de todas as gestões de Apodi (sem distinção), o TRASNformação nunca vai chegar a atingir uma dimensão satisfatória e a decoração junina é um ação dispensável. 

Falo de ações que, futuramente podem trazer benefícios muito relevantes ao município e até a outras gestões que venham a assumir a prefeitura, caso estes investimentos atuais do prefeito atinjam o objetivo para o qual estão sendo planejadas ou executadas. Chamo essas benfeitorias de "flores em meio às farpas e incluo entre estas a construção das diversas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona rural, as quadras de esportes que estão com ordem de serviço em processo, as informações relacionadas à conquista do Campus da UERN e do polo industrial. Hoje, essas ações ainda estão, algumas perto do fim, outras no meio do caminho, a universidade e o polo são planos em andamento, mas com fortes indícios de concretização. Porém, se concretizadas serão de grande valia para o município. 

Imagine o que não vai ser economizado de aluguel quando todas as UBS estiverem em pleno funcionamento! E como vai ser bem menor o número de estudantes necessitando de transporte para se deslocar e estudar fora! E o quanto poderá aumentar o número de empregos, bem como o meio ambiente urbano vai ser preservado tendo um polo industrial construído fora da cidade!

É bem verdade que pode ser que tudo não ocorra como constam os planos. Mas as ações são válidas e eu torço para que derem certo. Como cidadã, só tenho a ganhar. 

Por Mônica Freitas 

domingo, 8 de junho de 2014

DEBATE NA INTERNET OU FARPAS PARTIDÁRIAS?


Imagem Ilustrativa
Desde que o uso da internet passou a ter um acesso mais abrangente de todas as classes sociais que os debates, principalmente envolvendo críticas sobre a atuação administrativa de políticos tem a cada dia se tornando mais acentuados. E com o advento extraordinário do Facebook, tudo se tornou mais fácil.

Há quem diga que o acesso a redes sociais não é tão amplo ainda. Eu discordo, acho que são poucas as pessoas que não têm conhecimento, mesmo não tendo acesso direto, do que ocorre nas redes sociais e, principalmente quando se trata de discussões políticas. Ora, o Facebook, por exemplo, é uma rede acessada do celular (que é indiscutível sua abrangência urbana e rural), de graça (algumas operadoras disponibilizam o serviço) e lá estão ativamente abertos os debates mais calorosos da internet. 

Aqui em Apodi é exemplo estrondoso de tal atividade. Se quisermos saber o que acontece na cidade, em especial sobre política, vamos à rede que encontramos debates dos mais variados tipos. Tem gente que até exagera no discurso informal e fala tal qual estivesse trocando "farpas" em briga de rua de favela. 

Não se trata de condenar o debate na internet. Acho salutar, construtivo, indiscutivelmente necessário, afinal vivemos numa democracia. Aliás, acho até que é fundamental os administradores olharem para o que diz o povo nas redes sociais porque ali pode está o sentimento mais verdadeiro de uma população quando se trata da avaliação de ações destinadas ao povo de uma cidade, por exemplo. No caso de Apodi, não temos nenhuma dúvida quantitativa nem de onde vem a maioria das críticas e das defesas à administração atual. 

Mas, infelizmente, o exagero de alguns perfis, tanto de ataque quanto de defesa, têm exagerado no debate. Às vezes, o que vemos mesmo é a acalorada troca de farpas partidárias. Este tipo de debate, em quase nada contribui para qualquer resolução de algum problema que esteja sendo debatido. Insistir na divisão Bicudo X Bacuraus é um dos maiores exemplos. Nesta relação adversa, as farpas são muito mais importantes do que o debate construtivo. 

Por Mônica Freitas 

domingo, 25 de maio de 2014

CRÔNICA: SALA DE PROFESSORES




Desde a fachada, antes de entrar na porta do muro da escola, aquele sentimento arredio toma conta do meu ser.
- Professora! Por que você veio dá aula? Perguntam vários  alunos gritando, todos falando ironicamente.
Não tendo respostas, ando até o portão. Uma aluna vem e dá um beijinho na minha face e sorri. Refaço as forças. Ultrapasso o portão de entrada, vou à sala e me junto aos colegas. O assunto? Quase o mesmo.
- A minha turma está quase metade sem fazer nada. As crianças, mesmo nessa idade, com dez anos, sete anos, oito anos, nada querem? Diz uma das colegas professoras, com semblante angustiado,  olhos cansados, expressão facial triste e a angústia saltitando a face.
- Eu ontem, para dá aula tive que tirar aluno tal da sala. Não dava, ele subiu em cadeiras, me respondeu mal, brigou com os colegas. Ave Maria! Não sei
mais o que fazer. Acrescenta a outra colega.
Em pouco tempo, mais de quatro professoras expressam exemplos negativos de sua sala de aula. Contam histórias nas quais, nenhuma delas inclui aquele velho, antigo mesmo, exemplo de aluno tal que está com uma boa nota, que é inteligente e sabe tudo. Este animal está em extinção há muito tempo. E eu observo isso com uma vontade imensa de mudar.
- Mas sozinha? Como? Eu pensei.
- Ontem, na reunião de planejamento falamos sobre isso. Eu apresentei à gestão e coordenação pedagógica que os alunos estão assim, e está difícil. Mas, como não há o que fazer sem a presença dos pais. Infelizmente, os pais desses alunos não vêm à escola, nem sabem o que filho faz aqui. Comenta a outra colega.
- É isso. Mas, eu estou cumprindo meu dever. Planejo e executo minha aula. Estou cumprindo meu horário e recebendo meu salário. Finaliza mais uma das colegas que vem entrando na sala de professores.
- Ôpa! Bom dia! Entra a diretora da escola na sala.
- Bom dia! Respondemos em coro.
- Vocês já viram o aviso no mural? Amanhã tem reunião.
- Eu vi! Alguém responde desanimado.
Faz tempo que eu olho para essa história tão repetitiva e tão sem resultado.
- Será por isso que é repetitiva? Eu reflito ali na minha mente.
Faz tempo que me desiludi com as tais "reuniões pedagógicas". É um momento de muita conversa e de pouca ação. Não gosto. É um lugar de denúncia e não de montagem de estratégia. Não é lugar para mim. Às vezes eu somente escuto e nada falo. Se eu falar corro o risco de ser lixada. Calo-me... Para sempre. No outro dia eu volto à sala dos professores. Novidades? Nenhuma boa. Somente a de que mais um aluno se corrompeu e foi expulso.
- Mas ele era tão comportado! O que houve?
Escuto e fico ali pensando o que fazer quando entrar na sala de aula. Vou me preparando para escutar:
- Você vai da aula até que horas?
- Vai ser prova?
- Você vai soltar nós?
- Vamos fazer a atividade e ser liberados?
Pergunto-me:
- Será que estamos todos presos?
A sirene toca, a sala dos professores fica ali guardando a minha indignação, silenciosa. Ela é minha confidente mais fiel.


Por Mônica Freitas