segunda-feira, 19 de maio de 2014

ACIDENTE GRAVE EM APODI INSTIGA REFLEXÃO SOBRE O ATENDIMENTO PELO SAMU

Liguei há pouco tempo para o meu marido porque senti que ele estava demorando a chegar em casa de um plantão de 24 horas, uma vez que trabalha como condutor do SAMU aqui em Apodi. Ele me respondeu dizendo que estava em Mossoró, no HRTM, pois aconteceu uma acidente de moto muito grave nesta madrugada na RN 233, que liga Apodi a Caraúbas, mais especificamente nas proximidades do Bar do Gato, em Santa Rosa e a viatura conduziu as vítimas até aquela unidade hospitalar. Até então, estão esperando a liberação da maca da viatura, já que no HRTM todas estavam ocupadas. 

Aí eu fiquei aqui refletindo sobre o estado em que vive a nossa saúde hoje, não só aqui em Apodi, mas em todo o Brasil. Falta, quase sempre tudo, até lugar pra colocar um doente ou vítima de acidente. Embora eu também veja outros fatores, que não são apenas a falta de investimentos contribuírem para esse caos: a falta de educação no trânsito e os altos índices de violência são dois destes que acredito serem contundentes para a falta de vagas em hospitais. Ora, enquanto se interna uma vítima de acidente por imprudência, ocupa-se o lugar de outra pessoa que é portador de doenças de outras especies. Indiscutível essa questão na minha opinião. 


Mas, o cerne do meu questionamento não é somente este. Direciono o debate também em torno de fatos que têm ocorrido com o Samu de Apodi  nos últimos tempos. É sabido e eu denunciei aqui neste blog a situação do prédio, mas parece que até agora não se resolveu e o que eu disse é verdadeiro. Vereadores foram lá e constaram a veracidade dos fatos, inclusive o presidente da Câmara Legislativa. Embora saibamos que há pessoas ligadas ao prefeito que achem normal, bom demais, porque o primeiro local não era também adequado. Concordamos que não, mas isso não é motivo para se abandonar o novo local e deixar os profissionais entregue às baratas mesmo, de tão deteriorado que está aquele ambiente físico. 

Além disso, há ainda que se considerar a situação salarial dos profissionais. Eles trabalham por plantão de 24 horas e podem, a qualquer momento passar por uma situação igual a de hoje. Ao invés de 24 horas, estender seu plantão para 36 horas ou mais. Porém, não recebem o valor estipulado por lei nem para o plantão noturno. Inicialmente começaram ganhando um valor, mas o prefeito rebaixou esse valor porque achou que era alto demais, além de não repassar (como fez com todas as categorias de servidores municipais) o reajuste federal. A pergunta: Por que isso aconteceu? Qual a justificativa? É legal? O dinheiro economizado foi ou vai ser usado em outra ação? Qual? Parece que as respostas são difíceis...

Outro detalhe bem interessante, o chefe do executivo e a atual Secretária de Saúde nunca visitaram o local, a única pessoa da Nova Geração que se preocupou com o Samu até hoje - digo isso porque vi ele várias vezes no local quando era Secretário de Saúde - foi o Odontólogo Paula Viana. A atual secretária somente se prestou a enviar pessoas para treinar em Natal para aumentar o número de profissionais. 

E olhe que lá ninguém vive dizendo nada com o prefeito, a não ser reclamar essas lamentáveis falhas que são reais, visíveis e como a equipe foi montada na gestão passada, nada mais pertinente todos imaginarem que estão sendo perseguidos. E é o que parece acontecer. Porém, se for, é um ato injustificável, principalmente porque: 

1) O Samu é uma ação básica do Ministério da Saúde, não é de Gorete, nem de Rosalba, é do povo e para o povo;
2) A equipe foi formada pela gestão passada, mas essa é uma questão que deve ser encarada por qualquer equipe gestora municipal, estadual ou federal como NATURAL, simplesmente porque o poder público não é vitalício; as ações têm que seguir o princípio da continuidade, diz a legislação: LOA, PPA, LDO e demais leis que regulamentam a administração pública e estão fundamentadas na Constituição Federal; aqui não existe lei nem para os prazos do ministério, infelizmente;
3) Mesmo que os dois pontos acima fossem diferentes e as coisas pudessem acontecer da forma como li em um comentário no blog de Josenias Freitas, em que alguém disse que já era para ter trocado a equipe toda do Samu, ainda assim, uma gestão sensata pensaria duas vezes antes de instaurar tal perseguição porque os profissionais que ali estão foram selecionados não porque ficassem submetidos a votarem eternamente em Gorete ou em qualquer que fosse o partido. Eles foram ao treinamento porque eram eles que se incluíam nos critérios de seleção e não havia mais tempo para abrir processos mais extenso.

Conclusão: se é um serviço do povo para o povo, não é partido nenhum que paga, é o povo, e deve ser oferecido com qualidade, começando pelo tratamento aos profissionais, já que todos sabem (até eu que sou da educação sei) que a urgência e emergência é um dos setores mais estressantes e exigentes quanto ao atendimento. Portanto, politicagem não existe até porque o 192 é um número anônimo, ninguém sabe quem está do outro lado atendendo e esse alguém não é da equipe local.

Se foi organizado pela equipe passada, não é por isso que merece desatenção, tem que seguir apenas o princípio disposto em Lei, e pronto. Acabou a história. Perseguição, se for o caso, é crime. Agora, todos sabem que ela não vai ser feita assim, a olho nu.

Eu não queria está aqui escrevendo sobre falhas em uma gestão da equipe de saúde de um chefe de executivo em que eu já depositei a confiança votando nele em 2008, mas infelizmente sou obrigada a fazê-la pela visão de democracia que eu tenho. Sem contar que se ele estivesse acertando em tudo eu teria o maior prazer em aplaudi-lo e certamente em 2016 seria sua eleitora ferrenha juntamente com meu marido que faz parte da equipe do Samu, organizada pela prefeita passada. Mas, infelizmente, a equipe do prefeito tem trabalhado intensamente, EM TODOS OS SETORES dos serviços básicos, para afastar seus próprios eleitores, e assim fica difícil conquistar um que votou contrário. 

SUGESTÃO: Trabalhem para o povo sem querer obrigá-lo a acreditar que seus ideais é que estão corretos. Ninguém, apesar de uma minoria que pensa contrário, aguenta mais tanta politicagem. E infelizmente, ela somente tem crescido em nossa cidade porque a gestão tem percorrido o seu caminho fidedignamente e a grande maioria tem percebido isso. 

Por Mônica Freitas

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